domingo, 18 de dezembro de 2011

Nascidos para Crescer


Quando nascemos nos confrontamos com dois caminhos à nossa frente: crescer ou regredir. Somos expostos a todo tipo de estímulos aos quais vamos reagindo conforme a consciência que temos deles. Esta exposição aos estímulos constituem a nossa experiência.
É um processo de sensações, percepções, interpretações, memórias, fantasias e pensamentos. É o sentimento sobre o mundo, o meio e o ambiente, os quais interpretamos, reagimos e respondemos.
     A resposta leva a uma conseqüência: boa ou má; confortável ou incômoda; de alívio ou culpa; de satisfação ou insatisfação; de contentamento ou descontentamento.
As conseqüências vão sendo registradas, gravadas, armazenadas e passam a fazer parte do próprio organismo.
Quando são arquivadas na memória, passam a orientar as decisões, opções e resoluções futuras.
Uma vez que se passe por uma experiência, por uma conscientização, não há como reverter o processo. Não se apaga. Não se brinca. A consciência pode ser reorganizada, reestruturada, modificada com novas exposições. Pode até ser perdoada, mas não eliminada.
É a experiência que nos conscientiza da realidade do aqui e agora, nos ajuda a construir nossa opiniões, crenças e valores. Nos mostra as relações de causa e feito:
E O tempo nos envelhecerá.
E A distância causa saudades.
E A verdade cria a liberdade.
E O esforço recompensa.
Nos facilita a integração de sujeito e objeto, de influir e ser influído, de atuar e ser atuado.
A experiência não depende da vontade, mas de conscientização.  A percepção pode ser seletiva, mas não é um desvio, uma distorção da realidade. Por negar a percepção, não se elimina os efeitos.
O desespero da vida não está no fato de morrer, sofrer, temer, passar fome ou sentir dor, mas na tentativa de eliminar as experiências no momento em que estão ocorrendo, no momento da dor, do padecimento. É preciso ficar com a dor para eliminar o sofrimento.
Quando você barra a experiência, você convida o tédio e a solidão, e escorrega para a ociosidade e a preguiça.
Abrir-se para a experiência é vivenciar o estímulo, sentir o pulsar da vida, viver o momento e usar a informação presente para definir o que quer e fazer as escolhas apropriadas.
Quando se abre para a experiência, então se pode sentir:
° A dor ou o prazer,
° O ódio ou o amor,
° A agressão ou o carinho,
° O abatimento ou o enlevo,
° A fraqueza ou a fortaleza,
° O desânimo ou a vibração,
° O fracasso ou o sucesso.
Todos são válidos para quem se ama. Pode sentir sem desculpas, justificativas, explicações, rejeição ou medo.
A experiência exige aceitação. Quando você se abre para a experiência e a aceita, então começa a crescer e usufruir dos seguintes resultados:

u Recebe mais dados – escolhe e decide melhor;

v Pode exercer mais esclarecidamente a sua vontade.

w Capta melhor os detalhes.

x Tolera melhor as ambigüidades – convive com os problemas sem solução:
-         Você é feia, mas eu te amo;
-         Você é malvado, mas eu gosto de você;
-         Você é preguiçosa, mas eu aprecio você;
-         Você é diferente de mim, mas eu te respeito;
-         Quero ser intelectual, mas preciso trabalhar;
-         Gostaria de tirar dez em tudo, mas preciso trabalhar muito para manter a família;
-         Gostaria de escrever um livro, mas tenho algumas limitações práticas;
-         Gostaria de ser cantor, mas não tenho ritmo nem ouvido musical.

y Usa o que você é, sem se combater pelo que é.

z Torna-se mais realista nas aspirações:
-         Aspira dentro das possibilidades,
-         Aspira dentro das capacidades.

{ Quando você se propõe a se aceitar melhor, da maneira que é, então pode aceitar melhor os outros como são.
-         É mais empático e simpático com o sofrimento;
-         É mais paciente e tolerante com as tolices humanas;
-         Tem menos desilusão com a humanidade e menos desespero;
-         Não deixa uma pergunta sem resposta, nem uma resposta sem consideração.
-         Pode dizer não sem ser negativo, discordar sem ser do contra, defender suas idéias sem ser teimoso, ter opinião sem ser cabeça dura.

Crescer só é possível e necessário diante de alguma perda física ou intelectual. A adversidade faz crescer. O trauma ensina.
Crescer exige desafio, desequilíbrio: entre a pessoa e o mundo, entre o pensamento e a experiência, entre a previsão e o resultado.
Crescer é um processo contínuo de: diferenciação (separar elementos da realidade); organização (integrar em complexidade); adaptação à realidade.
Crescer é criar padrões que facilitem a percepção, o pensamento e a ação.
Com o padrão, o processo: fica mais automático, exige menos atenção, gasta menos energia, aumenta os recursos. A pessoa cresce em complexidade e integração.
Crescer é a capacidade de: Realizar os potenciais e talentos; Desenvolver novos recursos e vigor apesar das adversidades; Expandir-se através dos desafios.
Crescer é a determinação de: Sobreviver à perda; Recuperar-se da adversidade; Desabrochar diante dos obstáculos; Transpor as barreiras.
Crescer é a aplicação da coragem para: Reconhecer a imperfeição; Aceitar o erro; Tolerar o fracasso; Agüentar a humilhação de ser ignorante.
Crescer é afastar-se da impotência, da subserviência, do desespero, do desencanto, da auto-piedade, da inferiorização.
Crescer é um processo ascendente de mudanças. É aprender com: os erros e acertos, com os fracassos e sucessos, com as falhas e as adequações, com as frustrações e os contentamentos, com as decepções e as satisfações, com o sofrimento e as alegrias.
Só se pode crescer abrindo-se para a experiência. É necessário o uso da experiência para crescer.
A tarefa do crescimento é individual. A experiência é individual.
Ninguém cresce por você. Ninguém substitui você. Ninguém cura você.
Você promove sua cura. Você tem de fazer a sua parte. Você é o agente da própria vida. Você é o autor do próprio destino. É você quem pratica, tenta e ensaia. É você quem cresce.
Crescer é fazer uma série de escolhas e decisões diárias. Em cada uma delas há uma opção de voltar-se para a segurança do conhecido ou mover-se rumo ao desconhecido, ao incerto.
Crescer é tornar-se humanamente mais pleno, mais expressivo, mais realista, menos egoísta.
Crescer é compensador, prazeroso, mas também é doloroso. Cada passo à frente é perigoso, é arriscado, é entrar no desconhecido, é perder o comodismo, perder o gostoso, perder o familiar e o satisfatório.
É uma partida e uma despedida, uma separação com o luto, a nostalgia e a solidão. Exige coragem, força e vigor. O meio pode dar proteção, permissão e apoio.
Crescer não é fácil porque requer o abandono do futuro atraente (fantasioso) e do passado saudoso. É preciso muita coragem.
Por isso Paulo disse: “Esquecendo-me das coisas que para trás ficam, prossigo para o alvo”. Col. 3:13
É preciso coragem para ser imperfeito, e valorizar o erro para aprender e crescer.
Crescer é abrir-se para as novas experiências com coragem, perseverança, fé e humildade.
Busquemos o crescimento!
Que vocês cresçam sempre!!

Dr. Belisário Marques



 
 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Da Frustração ao Crescimento


“ No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.”
No Meio do Caminho
(Carlos Drummond de Andrade)


          Tribulações levam à perseverança. Perseverança leva a experiência. Experiência leva a esperança. Na esperança não há conflito. (Paulo em Romanos 5:3 e 4)
          Você está sempre no caminho para algum lugar. Se você morrer no caminho, você já chegou. O caminho só tem uma direção: o alvo, o ponto de chegada, o destino.
          A pedra no caminho para o alvo é a barreira, a frustração, a decepção. Não há caminho sem pedra, sem barreira, sem frustração.

Figura tirada de: Handbook of Hope.  Edited by C. R. Snyder. P. 30.

          As pedras, barreiras e frustrações são postas:
q    Pela natureza " acidentes naturais.
q    Pelos Homens " inveja, egoísmo, ciúmes, vaidade, competição, desconfiança, insegurança.
q    Por você mesmo " comodismo, preguiça, conveniência, lei do menor esforço, imediatismo (pressa, facilidade, permanência e quantidade).

          Diante da barreira você cresce ou regride, integra ou desespera, aprisiona ou liberta, desabrocha ou murcha, amadurece ou apodrece.
          A frustração é percebida quando uma barreira o impede de se satisfazer, de alcançar seus objetivos ou quando os alcança, mas eles não o satisfazem. A frustração ocorre quando seus intentos são barrados e seus motivos são contidos.
          A vida é uma frustração constante que exige adaptação ou ajustamento. Vai desde o momento do nascimento até o momento da morte. Cada passo é um desafio de onde colocar o pé. É uma escolha consciente ou inconsciente.



          Acontece que toda ação tem conseqüências que você vai sofrer, independente da qualidade da escolha feita.
Vejamos outro quadro: “Seqüência da ação”.

Seqüência tirada de: Educational Psychology. By Lee. J. Cronbach. P. 52 e 53.


Como lidar com a frustração?
Com a frustração você lida:

1.        Aceitando-a e não a negando.

2.        Reconhecendo a raiva que sente e não atribuindo culpa aos outros.

3.        Aprendendo a conviver com a frustração para, aos poucos, elevar seu limiar de tolerância a ela.

4.        Combatendo os comportamentos auto-destrutivos.

5.        Sendo flexível para mudar, adaptar e ajustar-se à situação.

6.        Repetindo a resposta
           Reproduzindo a resposta variando a atenção, os movimentos e a situação. A variação é importante na repetição. Se variar, tem a chance de acertar. Não se tem sucesso usando o mesmo método que fracassou.
            A pessoa repete e fracassa porque:
Ø  foi assim que ela aprendeu,
Ø  não sabe como procurar a resposta certa (não pensa, não interpreta),
Ø o alvo é muito atraente,
Ø não quer perder auto-estima (sente-se humilhado).
               Agir inteligentemente é reinterpretar a situação e variar. Outras opções poderão ser mais saudáveis, mais funcionais, mais apropriadas.

7.        Alterando a resposta
           Fazendo algo diferente. Reinterpretar a situação para se adaptar é aprender, é um método para melhorar a resposta.
           Nem sempre a melhor solução é alterar a resposta. Às vezes é preciso olhar para o alvo. Se for inatingível, precisa abaixá-lo, e as vezes até mudá-lo, buscar outros alvos. Permanecer na primeira opção exige fé na meta e habilidade para executá-la. Mudar de plano exige fé de que algo melhor pode ser descoberto. A alteração do plano tanto pode indicar confiança como falta de confiança.

8.        Buscando um alvo substituto.
           Substituir o alvo inatingível por outro. É uma forma de compensação. Se o alvo estiver fora das possibilidades, fora do seu poder, substituí-lo é uma reação construtiva.
           É preciso se certificar que o alvo original seja realmente fora de alcance, porque em geral ele é atingível apesar das dificuldades.

9.        Evitando a inatividade
           A inatividade é uma saída dolorosa das dificuldades porque é a desistência de tentar. Desvalorizar as aspirações só é válido quando esgotam os recursos.
           Na passividade, a energia tem o sabor da derrota, do fracasso. Por isso não é desejável.  Você não existe para fracassar. Você foi criado para ganhar. Você existe para vencer. O seu destino é para o sucesso e não para o fracasso. 
          A desistência não é própria de pessoas seguras, convictas, de ego forte, comprometidas com o alvo. Essas pessoas não desistem por respeito próprio.

          Para mudar você precisa:
æ  Parar e ser humilde.
æ  Querer e buscar auxílio.
æ  Pensar com clareza.
æ  Posicionar-se e começar a investir em sua melhora.
æ  Criar novos interesses.
æ  Ser menos impulsivo e impaciente.
æ  Buscar novos relacionamentos.
          Para passar de frustrado a triunfante você precisa ter fé e se esforçar. Quando você confia, você produz resultados. Recebe um feedback que melhora sua auto-estima, muda sua atitude e leva a novos resultados cada vez mais saudáveis.


          Aprender a lidar com a frustração é ampliar a mente, alargar a visão, refrescar o espírito e fortalecer os músculos para continuar o esforço.  Desistir é embarcar no transatlântico da fantasia, da ilusão, do faz de conta, da falsidade, da mentira. A pessoa acha melhor não se expor a se expor e fracassar.

          Você precisa aprender a lidar com a frustração para amadurecer emocionalmente. Se desistir de lidar com a frustração você  pode regredir a um estado infantil, apesar de ser um adulto.
           O estado infantil, imaturo é:
§  Intolerância ao desconforto e contrariedade.
§  Ataques emocionais intensos e freqüentes.
§  Incapaz de adiar suas respostas impulsivas e explosivas.
§  Egocentrismo e auto-piedade.
§  Excesso de manifestação emocional direta e aberta.
          Você precisa evoluir para não regredir. Na regressão você se torna menos flexível, menos construtivo, menos criativo, menos imaginativo. Em vez de seguir em frente, você retorna para um estágio inferior do desenvolvimento. Regredir é o oposto de evoluir.
          É preciso aprender a lidar com a frustração para não se tornar um adulto arrogante, competitivo, agressivo, briguento ou birrento. Parecendo mais uma criança do que um adulto.
           Todo ser humano tem a capacidade inata para suportar o estresse e a pressão.
Também possui boa capacidade para se recuperar, se refazer e se reajustar.
           Ter maturidade emocional é saber regular a resposta sem se deixar levar pela  desorganização, resignação, ataques agressivos e regressões, típicos da frustração.
           Ter maturidade emocional                                                                                                        
·   é usar a frustração para executar melhor a tarefa;
·   é aproveitar o empurrão para reagir;
·   é exercer a performance com um padrão mais elevado;
·   é solucionar o problema em vez de se enrolar nele.
          Use a frustração para crescer com motivação e não estagnar no estereótipo, na rigidez, na compulsividade, na irracionalidade.
          É verdade que a frustração pode criar dificuldades. Diante delas você pode buscar a solução você mesmo, buscar ajuda, ter um ataque de birra ou desistir.
          As respostas que você escolhe vão formando um padrão de comportamento que vai levá-lo ao fracasso ou ao sucesso. Sem fracassar você não vai aprender nem ter sucesso.
          É como você reage ao fracasso que desenvolve suas experiências emocionais; que prepara você para lidar com os obstáculos; que vai criando ou não confiança em você mesmo.
          Suas respostas são livres. Você escolhe. Tem a vitoria e o prazer ou a derrota e a raiva. Permanecer no erro é se contorcer no embaraço, na amargura e no ódio.
          Você pode se inspirar seguindo algumas dicas:
C  Onde há fracasso veja a oportunidade para o sucesso.
C  Onde há derrota veja a luta para a vitória.
C  Onde há perda veja a motivação para ganhar.
C  Onde há decadência veja o desafio para o progresso.
C  Onde há desistência veja o desafio para a perseverança.
C  Onde há desespero veja o chamado da esperança.
          Sucesso ou fracasso, meus queridos, é um estado de espírito.
          Lembrem-se que a esperança significa alternativas. Quanto mais esperança, mais caminhos alternativos você pode escolher para transpor as barreiras, remover os obstáculos e enfrentar as frustrações de sua jornada.
          Sucesso!
Dr. Belisário Marques 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O Poder que Governa a Natureza Humana

                         
            A motivação para viver é proporcional ao poder que você exerce sobre si mesmo. Sem poder não é possível executar qualquer tarefa. É este poder que produz força, energia para dinamizá-lo, para fazê-lo mover, movimentar, agir. Este poder é a vontade.
            Veja o E. G. White diz: “É este o poder que governa a natureza do homem – o poder de decisão, de escolha. Tudo depende da devida ação da vontade”. (Mente, Caráter e Personalidade, p. 885.)
            A vitória, o sucesso na vida, depende de sua vontade. A derrota, o fracasso na vida depende de sua vontade.
            Veja o que E. G. White diz sobre esta questão:
§  “... A impossibilidade está em vossa própria vontade. Se não quiserdes, então não podereis vencer”. (Mente, Caráter e Personalidade, p. 686)
§  “Deus dá os talentos, as faculdades mentais; o homem forma o caráter”. (Mente, Caráter e Personalidade, p. 800)
§  “Deus deu o poder de escolha; a nós cumpre exercê-lo”. (Mente, Caráter e Personalidade, p. 420)
§  “O despojar o homem da liberdade de escolha seria privá-lo de sua prerrogativa de um ser inteligente e fazer dele um autômato. Não é propósito de Deus coagir a vontade. O homem foi criado como ser moral livre”. (Mente, Caráter e Personalidade, p. 421)
§  “O tentador jamais nos poderá compelir a praticar o mal... A vontade tem de consentir”. (Mente, Caráter e Personalidade, p. 420)
            A força de vontade é um poder que ajuda você em várias dimensões de sua vida. Veja a lista citada por E. G. White, em Mente, Caráter e Personalidade. A força de vontade ajuda você:
1.      A agir corretamente, executar a tarefa em suas mãos e a vencer a preguiça, a passividade, a inércia, a incapacidade. (p. 686)
2.      A acalmar os nervos. (p. 421)
3.      A resistir à tentação. (p. 421)
4.      A ter domínio próprio. (p. 421)
5.      A mover-se por princípios. (p. 687)
6.      A cultivar a nobreza. (p. 689)
7.      A controlar a imaginação. (p. 689)
8.      A resistir à doença. (p. 689)
9.      A tratar a doença. (p. 690)
10. A operar uma mudança de vida. (p. 549)
11. A ser feliz. (p. 326)
            Você precisa saber usar a vontade para ter entusiasmo pela vida. Diante de qualquer situação você tem liberdade de escolher como vai responder, que ação vai ter. É uma escolha independente, autônoma, individual. Ela é só sua. É um ato seu. Ninguém pode fazer por você.
            Por isso você é responsável por sua situação, pelo seu caráter, pelo seu destino. Você paga o preço, as consequências, os efeitos de sua escolha, o exercício de sua vontade. Você até pode escolher não escolher, não decidir por uma opção, mas pagará o preço do mesmo jeito e arcará com as consequências.
            Não adianta você culpar os outros, os pais, Deus, as circunstâncias, o passado, o condicionamento, os traumas, a pobreza. Todos explicam, mas não justificam.
            O seu comportamento, a sua resposta, a sua escolha é o resultado do que você sente, pensa, valoriza, deseja, busca e quer. Em função disso você se torna proativo (governado pelas suas escolhas) ou reativo (manipulado pelas circunstâncias).
            A pessoa proativa busca alternativas; vê as coisas de maneira diferente; regula seus sentimentos, pensamentos e impulsos; decide a resposta que vai dar; escolhe, prefere e quer; marca sua vida e define seu destino. Para ela o amor é um verbo e significa ação.
            A pessoa reativa é empurrada pelo comodismo e pela acomodação, sua verbalização é – “Não há nada que eu possa fazer”, “Sou assim e pronto”, “Não consigo me controlar”, “Não posso”, “Tenho que...”, “Se fosse diferente”. Para a pessoa reativa a vontade é nula. Mesmo sabendo que o comportamento reativo faz mal para ela, ela não muda.
            Você é responsável pelo que lhe acontece. A vontade começa com o desejo, mantido pelo esforço, proporcional ao seu comprometimento com o objeto desejado. A estes se agrega a escolha dos meios e culmina na ação.
            Vontade é optar por uma alternativa preferida, aquela pela qual você é mais atraído. Implica em determinação e dedicação.
E Vontade consiste em projetos para o futuro.
E Vontade é a busca do objeto desejado. Sem o desejo você não tem opinião, inclinação, inspiração, nem ímpeto.
E Vontade é exercer o seu arbítrio. Sem ela você se torna um parasita da vontade dos outros. Paga o preço de causar cansaço, desgaste e fadiga nos outros, por terem que querer e imaginar por você. 
            Ao escolher você está exercitando a sua vontade. A escolha é necessária para melhorar e aprimorar sua qualidade de vida. Sem a escolha não existe auto-determinação, auto-direcionamento, controle do próprio destino, e muito menos a satisfação de suas necessidades vitais. Você escolhe o seu destino, constrói o seu caráter, mantém a sua liberdade, sua aparência, decide como trabalhar, a quem amar, como orar, quem ser.
Escolher é viver feliz.
            Sem escolha a vida fica insuportável. Com muita escolha a vida fica insaciável e insatisfatória. Pode chegar a ter desgaste físico e emocional. Por isso que a escolha é difícil. Ela exige tempo, gasto de energia, momentos de dúvida, sentimentos de medo ou ansiedade e pode chegar até ao pânico.
            Procure aprender a não valorizar as alternativas que você desconhece. Torne a alternativa escolhida a mais atrativa possível e as outras menos atrativas.
            Respeite seus valores na hora de escolher para não se arrepender, se desvalorizar e perder sua auto-estima. Jamais permita que outra pessoa escolha por você, para depois não culpá-la e se proteger das consequências.
            Nunca confie na sorte. Esteja sempre preparado e agarre as oportunidades. Cultive a coragem de escolher com responsabilidade, por que o futuro está em suas mãos. A cada minuto você está se recriando, para o bem ou para o mal.
            Você precisa de coragem por que ao escolher uma alternativa você perde outras. As alternativas não escolhidas nunca mais voltarão.
            Não decidir é uma fuga, um escape, uma covardia. Sem o direito de decidir perde-se o direito de ser. Decidir nunca é ruim, o que pode ser ruim são as consequências da escolha.
            Deus quer que você tenha vontade, que saiba decidir e se capacite para escolher, a fim de participar da decisão final entre o bem e o mal.
            É seu dever escolher entre o caminho da vida e o caminho da morte. (Jeremias 21:8) Em função desta escolha, Deus retribuirá a você pela decisão. (Jeremias 17:10)
            Decida em favor do bem e da vida para estar sempre motivado a viver.
            Que Deus guarde você na escolha para a eternidade!

Dr. Belisário Marques